Tratamento dos hemofílicos:Van que seria comprada com recursos da Captiva ainda não foi paga
FOTO: GASPAR TOSCAN
Equipe interina alegou que iria investir dinheiro da Captiva em van para hemofílicos, mas não pagou o veículo. Carro orçado em R$ 110 mil foi vendido por apenas R$ 60 mil A Prefeitura de Barra Velha divulgou nesta semana dados daquilo que pode ser a contundente demonstração de um dos episódios mais claros de demagogia política já vistos na cidade: o veículo van comprado para tratamento dos pacientes de hemodiálise, que desde o início foi divulgado como uma “forma de protesto” pela equipe que durante 11 meses administrou o Poder Executivo, ainda não havia sido pago pela Prefeitura.
A van foi comprada pelos antigos administradores, supostamente porque eles não aceitariam o fato de que o prefeito Samir Mattar usasse um veículo Captiva como carro do gabinete, enquanto pacientes precisariam dessa van para o setor de Saúde.
A equipe interina chegou a colar faixas em frente à Prefeitura, dizendo que “dinheiro público não é capim”, e protestando contra a Captiva, que seria de “luxo”, mesmo diante do fato de Barra Velha ser uma cidade econômica e turisticamente importante do Norte do Estado, onde há uma Havan, uma Cebrace, e onde o prefeito precisaria de um veículo à altura para trabalhar.
O carro do gabinete foi então leiloado de forma no mínimo questionável. Segundo o secretário de Finanças, Alex Kwistchall, um carro com valor de mercado de R$ 110 mil foi leiloado por R$ 60 mil, quase a metade do valor. “Isso não se faz com o dinheiro público”, considera o secretário, procurado nesta semana por representantes da empresa EBF Comércio de Caminhões, responsável pela venda, que revelaram que a van, comprada por R$ 45.540, não teve uma única de suas parcelas pagas.
Para ilustrar ainda mais o suposto caso de demagogia, a versão oficial dos interinos é que eles iriam usar o dinheiro da Captiva para custear o carro dos hemofílicos. Passados 11 meses do final do governo interino, ao assumir, Samir descobriu que a van foi de fato comprada, embora tenha ficado dois meses sem uso, parada dentro da garagem da Prefeitura. Não se sabe porque o dinheiro da Captiva não foi usado para custeá-la.
“Onde está o dinheiro da Captiva? Não seria usado para pagar a van? Porque colocaram faixas em frente à Prefeitura, fizeram discursos contra o prefeito, e agora, descobre-se que o carro da saúde não foi pago”, considera Samir.
“E o pior: houve quem disse que o gabinete não precisaria de carro de luxo, que se usaria carro próprio ou carro popular, mas mesmo assim, compraram um veículo Logan, de R$ 45 mil, para o gabinete. E mesmo esse, também não pagaram”, revela Samir. “Se fosse pura demagogia, tudo bem, o povo está vendo, mas o pior é que causaram prejuízos para o cofre municipal”.
Documento sumiu
A Prefeitura, através da sua Diretoria de Trânsito, registrou ontem (25 de julho) um novo boletim de ocorrência: a documentação do novo Logan do gabinete (placas MJU 4462) desapareceu da sede do Poder Executivo. O boletim registrando a perda da documentação foi assinado na Delegacia de Polícia local, sob o número 033/2012.
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